Sócrates Santana
A relação entre os tucanos e os democratas é ideológica. O primeiro é o autor intelectual da perversa engenharia política neoliberal. O segundo é o cão medieval dos coronéis, o agente do terror. Ambos, PSDB e DEM, revelam nessas eleições a verdadeira faceta de uma relação de poder ultra-conservadora, que elegeu o preconceito como o principal aliado de José Serra.
Se estivesse vivo, o ex-governador Mário Covas iria condenar veementemente os métodos medievais utilizados pelo o atual tucanato. A partir da escolha do vice-candidato à presidência, o deputado federal Índio da Costa (DEM-RJ), a campanha de José Serra inicia uma cruzada dogmática, que começa sugerindo hermenêuticas relações entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Partido dos Trabalhadores. Índio da Costa assume o papel de Sarah Palin em território nacional.
Palin é a ex-governadora do Alasca que, um dia, sonhou ser a vice-presidente dos Estados Unidos ao lado de John McCain. Assim como Serra em relação ao DEM e PSDB, McCain não gravitava no eleitorado mais tradicional, alinhado radicalmente à direita. A solução encontrada por lá foi arrumar alguém que representasse tal discurso. No Brasil, o PSDB repetiu a tese.
Palin é portadora de um discurso moralizador e detêm uma beleza física natural. A versão tupiniquim usa calças, mas, não esconde a vocação de mocinho da novela das oito. Índio da Costa assumiu um papel que poderia ter sido interpretado pela senadora Kátia Alves (DEM), líder da bancada ruralista no Congresso Nacional. Homem ou mulher, o fato é que o parlamentar carioca abriu a catarse conservadora do candidato José Serra, rebaixando o debate a discussões sobre o aborto e a opção sexual dos candidatos. Felizmente, McCain perdeu a eleição para Barack Obama.
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