Sócrates Santana
É difícil assistir em silêncio o teatro do candidato tucano José Serra. O artifício cênico da campanha psdebistas extrapolou a telinha. Não bastasse a atriz Regina Duarte cometer um papelão em rede nacional em 2002, o elenco tucano resolveu colocar em cena o potencial dramático da oposição brasileira.
A filósofa Marilena Chauí denunciou uma encenação pública arquitetada pelo ninho tucano, marcado para o dia 29 de novembro. A campanha televisiva do PSDB exibiu há poucos dias uma gravação da década de 80 do petista José Dirceu, que anuncia uma surra nas urnas e nas ruas dos tucanos. Portanto, a montagem de um cenário de guerra entre tucanos e petistas é factível.
Os tucanos pretendem infiltrar militantes com camisetas do PT nos atos finais da campanha de Serra. O objetivo é provocar arruaças e tumultos e depois responsabilizar o PT pela armação e violência.
Esse filme, contudo, não é novo. Ocorreu no dia 17 de dezembro de 1989, data do 2º turno entre os candidatos Lula e Fernando Collor de Mello. Naquele dia, houve a descoberta do cativeiro do empresário sequestrado Abílio Diniz e seus sequestradores foram apresentados à imprensa vestidos com camisetas do PT.
Há poucos dias na Lapa, a polícia apreendeu cabos eleitorais distribuindo panfletos apócrifos e ilegais contra Dilma. Outro dia, um caminhão em Passo Fundo (RS), distribuía saco de comida em troca de votos para José Serra. Noutro dia, no bairro do Cambuci, em São Paulo, uma gráfica tucana imprimia panfletos anti-Dilma. Definitivamente, todo o esforço republicano do presidente Lula vem sendo jogado na lama pela campanha demotucana.
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